sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Desenvolvimento da intermediação pedagógica múltipla

Trecho extraído do texto de Alexandra Okada, “Novos paradigmas na educacão online com a aprendizagem aberta”.
The Open University - Knowlege Media Institute.


Numa comunidade colaborativa de aprendizagem é essencial um ambiente participativo onde todos se sintam à vontade para construir conhecimentos em conjunto.
No modelo tradicional de mediação pedagógica, o professor é o mediador e os alunos são mediados no processo de aprendizagem. O professor posiciona-se como um orientador e facilitador e seus alunos apresentam uma postura ativa e cooperativa na construção de conhecimentos. Porém, num ambiente virtual de aprendizagem que contemple a construção coletiva de redes de conhecimento, observamos que é necessária uma nova postura pedagógica.
Os participantes são também mediadores pedagógicos quando têm uma abertura maior no processo de aprendizagem. Alunos compartilham não apenas seus conhecimentos prévios e opiniões sobre o assunto; mas também reflexões críticas através de múltiplos feedbacks para todos os colegas tornando-se também co-autores das produções do curso ou de sua comunidade.
Neste sentido, na “intermediação pedagógica múltipla”, temos que:

· todos os participantes são mais críticos, argumentativos e colaborativos. Eles compartilham mais seus conhecimentos e experiências prévias, questões para todo o grupo, referências teóricas, sugestões em relação ao percurso de aprendizagem e oferecem também feedback construtivo das opiniões dos colegas.

· o aluno mediado torna-se um mediador pedagógico ao lado dos professores, seus auxiliares e colaboradores internos (colegas) e externos (autores consultados e palestrantes convidados) deixando de ser o único mediado.

· o método  propicia a aprendizagem mediada por todos. Todos aprendem com todos (professores, monitores, tutores e alunos). Todos os participantes são co-responsáveis e co-autores da produção coletiva de conhecimentos. E todos eles auxiliam um ao outro na sua produção individual.

Como resultado da intermediação pedagógica múltipla, “o ensinar aprendendo, o aprender ensinando e os desdobramentos da teoria e prática, fluem-se, espontaneamente, tornando essa participação ativa de cada qual realmente, gratificante. Isto ocorre na interatividade comunicativa tanto síncrona quanto assíncrona.”
A qualquer momento os próprios participantes fundamentados em pesquisa paralela ou pelo seu saber próprio podem também propor novos caminhos, soluções e novos rumos. Logo, todos exercem a função de pesquisadores, de aprendizes e de mediadores pedagógicos. A dinamicidade da interação e produção é provocada, incentivada e aplaudida por todos.
A motivação e o interesse são despertados para uma disposição espontânea e entusiástica de todos. Os participantes sentem-se mais preparados para promover o senso, o consenso, e o pacto. A transação de informações, rede de conhecimentos e saberes é intermediada através não apenas de múltiplos mapeamentos coletivos; como também de uma postura mais participativa, argumentativa e de co-autoria.
Nesse contexto, a intermediação pedagógica múltipla faz o seu papel de filtro e concentração no estudo comum em questão. Por isso, reacende-se a permissão mútua no passo de compreender e cooperar, indagar e ser indagado, problematizar e propor soluções. Os benefícios e as dificuldades são compartilhados por todos.
A rede de conhecimentos é construída por todos: alunos, colegas, professores, tutores, monitores, mentores, especialistas, autores de obras pesquisadas e visitantes interessados. Todos são chamados de intermediadores pedagógicos múltiplos; pois podem propor situações-problema e também contribuir com as informações significativas solicitadas. Os participantes têm a liberdade de expressar com riqueza de detalhes no conteúdo e forma, quer na comunicação síncrona quer na assíncrona.
Assim, a leitura crítica é discutida e debatida por todos interessados com tempo para sistematizar reflexões relativas individuais e em conjunto. Torna-se extremamente relevante refletir sobre o uso de tecnologias e como enriquecer ambientes abertos de aprendizagem. Isso significa tecnologia aplicada à múltiplas co-autorias, interatividade, visão crítica participativa. Para isso, algumas estratégias podem facilitar aprendizagem mais crítica, consciente e significativa: interagir com flexibilidade, identificar emergências, buscar significado com questionamentos e mapear o que é relevante.

Um comentário:

  1. Oi Daniela,
    concordo em gênero, número e grau com a sua colocação: "Numa comunidade colaborativa de aprendizagem é essencial um ambiente participativo onde todos se sintam à vontade para construir conhecimentos em conjunto."
    A colaboração é um dos caminhos para o conhecimento mais aprofundado e para reflexões questionadoras.
    Tutora Renata Cardoso Belleboni Rodrigues

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