quarta-feira, 24 de agosto de 2011

EAD e um novo momento da educação

                                                                                                                          Por Daniela Cartoni


A EAD traz nossas possibilidades e um novo momento da educação, que rompe com a cultura tradicional do ensino e possibilita a formação por meio de diferentes ambientes virtuais de aprendizagem.
Como destacam Maia & Mattar (2007, p. XIII) “Ainda não existe uma formação, ou melhor, um completo entendimento dos players na EaD (alunos, gestores, autores, tutores, conteudistas, professores e instituições) sobre os papéis que cada um desempenha.” Os papéis acabam se confundindo e os atores não são preparados apropriadamente para desempenhar sua função pedagógica, como deve ser especialmente com o tutor no acompanhamento do aluno tanto no amparo de suas ações no ambiente virtual, ao mesmo tempo que o transforma no construtor da sua própria aprendizagem.
Neste sentido,  o tutor (ou professor virtual) passa a atuar como um dos principais sujeitos também do processo de “aprender a ensinar”.
Há uma multiplicidade de definições sobre EaD, das quais destacamos a de Maia & Mattar (2007, p. 6) onde: “EaD é uma modalidade de educação em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação”.
Vejamos detalhadamente alguns destes componentes:

  • Separação no espaço entre professores e alunos: a separação geográfica e espacial presume que o aprendizado vai além da sala de aula tradicional e traz maior liberdade.
  • Separação no tempo: a separação temporal ocorre nos cursos assíncronos, com a possibilidade de que os alunos façam o gerenciamento do seu tempo e atividades.
  • Planejamento por instituições: evidente a necessidade da oferta do curso por uma instituição credenciada pelo MEC (Ministério da Educação), com o acompanhamento de profissionais especializados. Difere do auto-aprendizado espontâneo e individual, com a supervisão da aprendizagem por professores e tutores.
  • Tecnologias de comunicação: há vários suportes ao processo de intermediação da aprendizagem, como vídeo, aúdio telefone, televisão (videoconferência), emails, mensagens instantâneas e chats, facilitadas pela conexão via internet, além do uso de plataformas LMS, como o Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment). Trata-se de um software livre para gestão e controle da a-prendizagem, que permite a criação de cursos online, páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem. Suas principais características são: fóruns, gestão de conteúdos, questionários e pesquisas com diversos formatos, blogs, fóruns, glossários etc.
Na definição de Moran (2007), “educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”.  Há modelos exclusivos de instituições de educação a distância, que só oferecem programas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou a Universidade Nacional a Distância da Espanha. A maior parte das instituições que oferecem cursos a distância também o fazem no ensino presencial, que é o modelo atual predominante no Brasil.
Para apoiar o processo de aprendizagem virtual foram desenvolvidos os LMS’s (Learning Management System), sistemas de gestão de ensino e aprendizagem na web. São softwares projetados para atuarem como salas de aula virtuais, gerando várias possibilidades de interações entre os seus participantes, como o Moodle. Com o desenvolvimento da tecnologia online, os processos de interação em tempo real passaram a ser uma realidade, permitindo com que o aluno tenha contato com o conhecimento, com o professor e com outros alunos, por meio de uma sala de aula virtual.
Michael Moore, destacado teórico em EaD, utiliza o conceito de “distância transacional” que elucida serem relevantes de fato as relações pedagógicas e psicológicas que são estabelecidas em ambientes virtuais de aprendizagem e não a distância física entre professor e aluno (ou entre alunos). Assim, as variáveis pedagógicas que diminuem a distância são: a interação entre alunos e professores, a estrutura do programa educacional e o grau de autonomia do aluno.
A difusão da EaD tem contribuído para superar a imagem de individualismo, do aluno como um ser solitário e isolado em um mundo de leitura e atividades distantes do mundo e do grupo. A internet e conexão em rede traz a flexibilidade de acesso junto com a possibilidade de integração e participação.
É fundamental neste contexto que haja o efetivo acompanhamento do professor-orientador-tutor na criação de laços afetivos, pois os cursos que obtêm sucesso, que tem menos evasão, dão muita ênfase ao atendimento do aluno e à criação de vínculos.

LITTO, F. M. FORMIGA, M. (org). Educação a distancia: o estado da arte. São Paulo: Pearson: 2009.

MAIA, C. e MATTAR, J. ABC da EaD: a educação a distância hoje. São Paulo: Pearson, 2008.

MOORE, M. G. Teoria da distância transacional. Trad. Wilson Azevedo. Brazilian Review of Open and Distance Learning. Disponível em: < http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2002_Teoria_Distancia_Transacional_Michael_Moore.pdf >. Acesso em: 22/08/2011.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 14ª edição, Campinas: Papirus, 2007. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/www.eca.usp.br/prof/moran



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