quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Modelos de EAD e a relação espaço-tempo

                                                                                           Por Daniela Cartoni


Hoje há muitas opções diferentes de estudos online, com muitas opções audiovisuais, interativas, fáceis de acessar e gerenciar e a custos bastante baixos. Paralelamente, os modelos de aprendizagem com foco em projetos colaborativos se desenvolvem com rapidez e trazem dinamismo para a EAD com o apoio em cases, análise de situações concretas ou jogos, o que lhes conferem participação e ligação grande com o mercado.


A – Cursos presenciais: É o modelo tradicional, onde professores e alunos se encontram em salas de aula, em dias e horário pré-definidos por uma grade curricular elaborada pela instituição de ensino.

B – Cursos presenciais em grupos: os alunos se encontram na instituição ou locais previamente estabelecidos para debates em grupos de pesquisa ou estudo, com acompanhamento de um responsável pelo processo de aprendizagem. Como exemplo, os encontros que ocorrem para debate do WebQuest e Quests nas unidades, onde cada turma tem seu dia de acordo com o andamento das aulas.

C - Cursos síncronos: Ocorrem é quando professor e aluno estão em aula ao mesmo tempo. Este modelo é o que mais se assemelha ao ensino presencial, principalmente na estrutura de custos, desenvolvimento e atualização de conteúdo. São usados recursos síncronos como: vídeoconferência (por meio das quais o professor ministra a aula ou webconferência) e canais de interação para que os alunos possam realizar perguntas e discussões, via email, telefone, mensagens instantâneas e outros recursos de comunicação por voz (VOIP, como o sistema Skype) e os mensageiros como um todo.

D - Cursos assíncronos: Nesta modalidade, professor e alunos não estão em aula ao mesmo tempo.  O aluno inscreve-se quando quiser, participa quando quiser e termina quando quiser.
Este modelo permite uma aproximação com a heutagogia que segundo Litto (2009, p. 17) “trata-se de uma aprendizagem autodeterminada, onde ‘o que’ e ‘como’ são decididos pelo aprendiz. “E avaliando as oportunidades oferecidas pela internet que traz oportunidades para aprendizes de todas as idades, áreas do conhecimento em que momento ou velocidade quer aprender, continua: “Com esta nova visão, é possível pensar em dar ênfase à aprendizagem – conhecimento adquirido pelo aluno – em oposição ao ensino – conhecimento fornecido ao aluno”.
No caso da intermediação em plataformas LMS, a interação ocorre quando os alunos participam de grupos de debates como parte das estratégias de aprendizagem (atividades individuais e de grupo) via fórum, e-mail ou wikis, com uma orientação mais permanente.
O professor responde dúvidas e participa de discussões em momentos diferentes do tempo. Exemplo: o aluno publica uma pergunta no fórum às 7h da manhã e o professor responde as 15h. A grande diferença no assíncrono é que cada aluno poderá ter seu tempo de aprendizagem, sendo este “elástico” – o oposto de rígido no síncrono. Cada aluno pode fazer o curso em seu tempo, hora e velocidade. Pode pensar, estudar e pesquisar antes de escrever sua atividade.
O conteúdo do curso e as atividades em parte estão preparados, mas dependem muito da qualidade e integração do grupo, da colaboração. É mais focado em colaboração do que em leitura de textos. O essencial neste grupo são as discussões e o apoio do tutor. O curso em parte está pronto e em parte é construído por cada grupo.
Ressaltando a importância da realização de cursos EaD de forma consciente e responsável, Moran (2007) destaca que:

Educação a distância não é um "fast-food" em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados. De agora em diante, as práticas educativas, cada vez mais, vão combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e ouvindo-nos, intercalando períodos de pesquisa individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos, com a orientação virtual de um tutor, e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, idéias.

Para o autor, a educação online multiplica os papéis do professor, exigindo uma grande capacidade de adaptação e criatividade diante de novas situações, propostas e atividades. O tutor online necessita aprender a trabalhar com diferentes tipos de tecnologias, possuir uma visão mais participativa do processo educacional, estimular a criação de comunidades, a pesquisa em pequenos grupos, a participação individual e coletiva.
Entre as várias definições de estudiosos sobre o tema, o que há em comum é uma preocupação clara em distingui-lo:
-  do ensino presencial: separação entre  professor e aluno;
-  do auto-estudo: existência, influência e papel de uma instituição de ensino, na organização, certificação, dos cursos, no apoio ao aluno e na estruturação dos materiais de ensino.
Os modelos de EaD devem explorar as possibilidades de interação e envolvimento entre professores e alunos no ambiente virtual de aprendizagem, evitando os erros de alguns modelos que têm utilizado a internet somente como um local para disponibilizar materiais para um grande número de alunos, resultando em uso da tecnologia para atividades pedagogicamente vazias e empobrecidas.



Referências

LITTO, F. M. FORMIGA, M. (org). Educação a distancia: o estado da arte. São Paulo: Pearson: 2009.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 14ª edição, Campinas: Papirus, 2007. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/www.eca.usp.br/prof/moran


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